Método
“Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade - D25-5_AVA03
Foucault defendia um tipo de sociedade que, desde fins do
século XVIII, vem reforçando práticas que distribuem saber e poder por todo o
corpo social, especialmente por instituições em que o indivíduo precisa ser
curado, examinado, treinado, exercer ofícios. Entre as desvantagens deste modelo
em questão, proveniente da sociedade moderna tecnicizada, está o indivíduo
treinado, pedagogizado. Assim, a escola é identificada como operador de
pedagogização, reunindo a capacidade de habilitar com recursos educacionais
básicos a criança e o jovem, fornecendo os mecanismos e instrumentos
pedagógicos que asseguram obediência, responsabilidade, prontidão, docilidade,
adaptabilidade.
Podemos
dar como exemplo característico deste método: a fila dos alunos, as carteiras
também em fila, as atividades repetitivas, o treino de caligrafia, a punição
pelo menor desvio de conduta, a vigilância por parte de um mestre ou de um
monitor, as provas, os testes de aprendizagem e de recuperação, o treinamento
dentro de padrões e normas fixos.
A “pedagogização”
do ensino na sociedade disciplinar e autocrática visa a verdade objetiva da
metodologia única, que ensina uma ciência unidimensional, e que se baseia no
exame, no teste empírico, na vigilância, na normalização.
A crítica e o rompimento deste
modelo sugerem a de construção de uma subjetividade nova numa escola que leve
em conta os desafios da modernidade.
O filósofo Habermas propõe um
modelo baseado na intersubjetividade, que conduza para a educação, entendida
num sentido construtor de subjetividades emancipadas, autônomas e criativas.
Chamamos este modelo de “modelo educacional”. Educar é de criar uma sociedade
capaz de linguagem e de ação, calcada em razões e argumentações justificadas,
legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais,
econômicas e éticas da modernidade.
A prática da
intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com
opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa,
calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos
de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação.
Referência
Bibliográfica
ARAUJO, Inês Lacerda. Foucault e a crítica do sujeito. Curitiba:
Editora da UFPR, 2000.
______. Vida e Educação. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
Wesley, digamos que, lentamente, ela vem se constituindo sob um novo discurso pautado pela transformação. Mas ainda caminha sob a sombra do modelo “pedagogizador”, uma vez que não basta somente mudar o discurso, é preciso efetivar os discursos mediante a ação comunicativa.
ResponderExcluirEstá passando de hora de deixarmos de falar em novos métodos de ensino e passarmos para a ação. No papel é tudo muito lindo. Perfeito. Mas, na prática continuamos sendo, sem dúvidas os mesmos pedagogizadores. No entanto, para que o professor diversifique suas aulas, ele precisa ter tempo para prepará-las. E para que isso ocorra é necessário que ele possa ter uma carga horária menor. Assim, ele irá dispor de mais tempo para programar atividades envolventes, e que realmente sejam capazes de educar o indivíduo como um todo.
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