"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."
(Frases e Pensamentos de Jean Piaget)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade - D25-5_AVA03


Método “Pedagogizador” e a prática educacional voltada para intersubjetividade - D25-5_AVA03 

Foucault defendia um tipo de sociedade que, desde fins do século XVIII, vem reforçando práticas que distribuem saber e poder por todo o corpo social, especialmente por instituições em que o indivíduo precisa ser curado, examinado, treinado, exercer ofícios. Entre as desvantagens deste modelo em questão, proveniente da sociedade moderna tecnicizada, está o indivíduo treinado, pedagogizado. Assim, a escola é identificada como operador de pedagogização, reunindo a capacidade de habilitar com recursos educacionais básicos a criança e o jovem, fornecendo os mecanismos e instrumentos pedagógicos que asseguram obediência, responsabilidade, prontidão, docilidade, adaptabilidade.

            Podemos dar como exemplo característico deste método: a fila dos alunos, as carteiras também em fila, as atividades repetitivas, o treino de caligrafia, a punição pelo menor desvio de conduta, a vigilância por parte de um mestre ou de um monitor, as provas, os testes de aprendizagem e de recuperação, o treinamento dentro de padrões e normas fixos.


            A “pedagogização” do ensino na sociedade disciplinar e autocrática visa a verdade objetiva da metodologia única, que ensina uma ciência unidimensional, e que se baseia no exame, no teste empírico, na vigilância, na normalização.

A crítica e o rompimento deste modelo sugerem a de construção de uma subjetividade nova numa escola que leve em conta os desafios da modernidade.

O filósofo Habermas propõe um modelo baseado na intersubjetividade, que conduza para a educação, entendida num sentido construtor de subjetividades emancipadas, autônomas e criativas. Chamamos este modelo de “modelo educacional”. Educar é de criar uma sociedade capaz de linguagem e de ação, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas e éticas da modernidade.

A prática da intersubjetividade, produtora de sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade formadas de modo a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer sociedade democrática, essenciais à educação.



Referência Bibliográfica



ARAUJO, Inês Lacerda. Foucault e a crítica do sujeito. Curitiba: Editora da UFPR, 2000.



______. Vida e Educação. São Paulo: Abril Cultural, 1980.


HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia, entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.



2 comentários:

  1. Wesley, digamos que, lentamente, ela vem se constituindo sob um novo discurso pautado pela transformação. Mas ainda caminha sob a sombra do modelo “pedagogizador”, uma vez que não basta somente mudar o discurso, é preciso efetivar os discursos mediante a ação comunicativa.

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  2. Está passando de hora de deixarmos de falar em novos métodos de ensino e passarmos para a ação. No papel é tudo muito lindo. Perfeito. Mas, na prática continuamos sendo, sem dúvidas os mesmos pedagogizadores. No entanto, para que o professor diversifique suas aulas, ele precisa ter tempo para prepará-las. E para que isso ocorra é necessário que ele possa ter uma carga horária menor. Assim, ele irá dispor de mais tempo para programar atividades envolventes, e que realmente sejam capazes de educar o indivíduo como um todo.

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